"O teatro é isso: a arte de nos vermos a nós mesmos, a arte de nos vermos vendo!"
(Augusto Boal)

domingo, 24 de abril de 2011

Teatro para Terapeutas

Caríssimos, segue o resumo do trabalho que apresentarei no I Congresso Catarinense Psicologia: Ciência e Profissão, na forma de uma breve comunicação oral.
Este ano, abriremos  novas turmas do curso de Teatro para Terapeutas.



Teatro para Terapeutas: experiência clínica e arte em Gestalt-Terapia

Compreendendo o corpo em sua dimensão temporal, histórica, a Gestalt-Terapia constitui-se como uma abordagem privilegiada de análise da experiência (Goodman, Hefferline e Perls, 1997/1951). Precisamente, propõe observar o modo como, a cada vivência no aqui-agora, um horizonte de possibilidades de futuro e um fundo de passado se atualizam, isto é, se tornam ato.

Neste trabalho, queremos abordar as oficinas de Teatro para Terapeutas, ministradas há três anos pelo autor, que têm por objetivo proporcionar uma experiência teatral àqueles que querem ser mais do que espectadores. Trata-se de um trabalho de alfabetização teatral, em grupos pequenos, voltado para profissionais que procuram possibilidades de ampliação do seu universo relacional e expressivo, na vida pessoal e profissional. A metodologia utilizada compreendia os Jogos Teatrais de Viola Spolin (1992), bem como técnicas de Teatro do Oprimido (Boal, 1980). Além de exercícios teatrais voltados para leigos, a oficina concilia as experiências de criação ao olhar sobre as formas de contato com o mundo.

A análise gestáltica da experiência teatral aponta para três dimensões, ou três pontos de vista, a saber, o ponto de vista do corpo habitual (Função Id), o ponto de vista da criação cênica (Função de Ato) e o ponto de vista do desempenho dos papéis e réplica verbal da experiência (Função Personalidade). A articulação entre a prática teatral e a leitura gestáltica da expressão permitiram o desenvolvimento de uma metodologia de intervenção eminentemente clínica. Percebeu-se, através das oficinas, a ampliação do repertório expressivo dos terapeutas, bem como um refinamento na sensibilidade e na capacidade perceptiva – elementos julgados essenciais para a prática profissional.
SPOLIN, V. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva, 1992.

GOODMAN, P., HEFFERLINE, R., PERLS, F. Gestalt-terapia. São Paulo: Summus, 1997/1951.
BOAL, A. Teatro do Oprimido e outras poéticas políticas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1980.

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