"O teatro é isso: a arte de nos vermos a nós mesmos, a arte de nos vermos vendo!"
(Augusto Boal)

terça-feira, 31 de maio de 2011

Cenas nada saudáveis na mesa do Ronald

Caríssimos,
Divulgo aqui a carta aberta ao Ministério da Saúde, contrária à parceria comercial entre este e a rede de fast food McDonald's.
Algumas cenas são muito difíceis de compreender... Essa é uma delas:



CARTA ABERTA DE DECANOS DA SAÚDE PÚBLICA BRASILEIRA A PARCERIA DO MINISTÉRIO DA SAÚDE COM A EMPRESA MCDONALD'S
Senhor Ministro Alexandre Rocha Santos Padilha, acabamos de tomar conhecimento do envolvimento do Ministério da Saúde em campanha publicitária da rede de lanchonetes da empresa McDonald’s no Brasil.
A nosso ver, este envolvimento não se coaduna com o histórico do Ministério da Saúde na promoção da segurança alimentar e nutricional da população brasileira e com a elogiável prioridade que sua gestão tem consignado para a promoção da alimentação saudável e para o controle das doenças crônicas não transmissíveis.
A campanha da rede McDonald’s, à semelhança de outras estratégias de marketing empregadas pela mesma empresa, é extremamente nociva, em particular para crianças e adolescentes, que são o público alvo daquela rede.
Estamos nos referindo especificamente ao uso nas lojas da rede McDonald’s de toalhas de bandeja que reproduzem, lado a lado, material educativo elaborado pelo Ministério da Saúde e publicidade dos produtos comercializados pela rede.
Como o senhor poderá facilmente verificar, em um dos lados da toalha há mensagens que exaltam a importância para a saúde da prática de atividade física, da ingestão de água, do sono, da proteção contra a exposição excessiva ao sol e da alimentação saudável. Junto a essas mensagens, são mostrados o símbolo da empresa e seu slogan ‘amo muito tudo isso’, owebsite e o Disque-Saúde do Ministério da Saúde e a referência ao Ministério como fonte das mensagens educativas.
No verso da toalha, há a reprodução do cardápio dos produtos oferecidos pela rede – sanduíches, batatas fritas, saladas, molhos, bebidas e sobremesas – com informações (em letras miúdas) sobre sua composição nutricional. Essas informações são encimadas pela frase ‘Veja aqui os componentes nutricionais da sua refeição’.  Abaixo do cardápio, há um quadro com o título: ‘Veja algumas informações nutricionais interessantes’. Neste quadro apresenta-se a composição nutricional do que, para a rede McDonald’s, seriam ‘outros alimentos do seu dia a dia’. Esses alimentos incluem ‘coxinha’, ‘empadinha’, ‘pastel’, ‘pizza’ e ‘feijoada tradicional’.


Veja o texto completo no blog Saúde com Dilma.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cenicoformas Bonecovivas

Caríssimos!

Neste final de semestre, o NUCCA - Núcleo Cênico do Colégio Catarinense apresentará um pequeno trabalho de Teatro de Formas Animadas, composto pelos alunos sob direção minha e de Edélcio Philippi.
São cinco esquetes rápidas, mais algumas cenas improvisadas, que exploram diferentes técnicas de manipulação de bonecos e formas.

A entrada é gratuita!

Abrigos, manicômios e prisões

Olá!
Aproveito, neste período de "divulgações", para convidá-os a participar da atividade gratuita Gestalt em Ato. Abaixo, segue o convite para o mês de junho, com minhas colegas Greice e Marcele.

Grande abraço!


O Instituto Müller-Granzotto convida você para o próximo Gestalt em Ato: Abrigos, manicômios e prisões: o sofrimento ético-político e as instituições totais
Esta atividade tem como objetivo ser um espaço de discussão e vivência ligadas a temas atuais pertinentes à prática clínica. - Entrada gratuita.

Este trabalho será realizado dia 1 de junho de 2011, quarta-feira, às 19hs. 
No blog do projeto você vai encontrar mais informações sobre o trabalho que será apresentado.
gestaltemato.blogspot.com

segunda-feira, 16 de maio de 2011

SONHOS - Encontro Terapêutico

Encontro Terapêutico
Sonhos

Somos aquilo que vivemos. Mas nem tudo o que vivemos é fácil de compreender. Uma das experiências mais misteriosas e intrigantes que temos é o sonho. Os nossos sonhos são criações espontâneas e complexas, que podem ampliar a visão sobre nós mesmos, quando integrados às nossas ações cotidianas.
Com este propósito, convidamos você para um workshop terapêutico sobre os sonhos, através de vivências em grupo e da escuta clínica ao sonho de cada participante.

Data: 04 de junho de 2011
Local: Instituto Müller-Granzotto (Al. Gov. Heriberto Hülse, 98, Centro)
Horário: das 09h às 13h e das 14h30 às 18h30
Investimento: R$ 120,00

Coordenação: Psicólogos Diogo Boccardi (CRP 12/08439) e Tamara Emerim Guerra (CRP 12/03033) [mini-currículos disponíveis no site http://mullergranzotto.com.br/muller_granzotto/clinica_privada.php]


sexta-feira, 13 de maio de 2011

Quereres

Após uma longa e intensa semana de atendimentos psicoterapêuticos, e em homenagem a essas vidas "reais e de viés"...

Com a semana acabando, preferi postar o vídeo com a Maria Gadu, em clima de pacificação.

O QUERERES




E clique aqui para assistir a versão com Chico Buarque e Caetano Veloso!


quinta-feira, 12 de maio de 2011

Anônimos - Exposição Fotográfica

Caríssimos,
Consolidando-se como Centro Cultural, o Instituto Müller-Granzotto, mensalmente, realiza exposições fotográficas em suas dependências.
Este mês, apresenta a exposição "Anônimos", de Denise Pinheiro e Hector Bessa Silveira.

Instituto Müller-Granzotto de Psicologia Clínica Gestáltica: Al. Gov. Heriberto Hülse, 98, Centro, Florianópolis - SC.
Fone: (48) 3322-2122

Confiram as fotos da exposição deste mês também no blog muitasscoisass.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Sonhos

Jackson Pollock - "The Key"


"Uma vez Freud chamou o sonho de via regia, o caminho real para o inconsciente. E eu acredito que seja realmente o caminho real para a integração. Eu nunca sei o que o inconsciente é, mas sabemos que o sonho é decididamente a nossa criação mais espontânea. (...) Não existe nada tão espontâneo quanto o sonho. O sonho mais absurdo não nos perturba por ser absurdo enquanto sonhamos: nós o sentimos real. Em todas as outras coisas que você faz na vida, você ainda tem algum tipo de controle ou interferência deliberada. Isto não ocorre com o sonho. Todo sonho é uma obra-de-arte, mais do que uma novela ou um drama bizarro. Se a arte é boa ou não, isto é outra coisa, mas o sonho sempre está cheio de movimento, luta, encontros, e todos os tipos de coisas. Agora, se minha alegação estiver certa, e eu obviamente acredito que esteja, todas as diferentes partes do sonho são fragmentos das nossas personalidades."
- Fritz Perls, "Gestalt-Terapia Explicada", p. 98.


Em junho, teremos um workshop terapêutico sobre sonhos. Aguarde!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Fronteiras

Caríssimos,
Recomendo que todos leiam a entrevista realizada pela eminente jornalista Eliane Brum, com a psicóloga Débora Noal, que trabalha na organização Médicos Sem Fronteiras. É lindo e terrível.



Debora – Essa mamãe Marie me tocou muito – eu digo mamãe porque lá todo mundo se chama de mamãe, todo mundo que é mulher se chama mamãe alguma coisa, e homem se chama papai alguma coisa. É um título de respeito. Fazia 24 horas que a gente tinha chegado quando mamãe Marie apareceu. E eu lembro que ela chegou desesperada. Uma mulher muito magra, alta, com a roupa completamente rasgada – porque eles estão sempre com um pedaço de pano amarrado nas pernas para fazer uma saia, um outro amarrado em cima para fazer uma blusa, e normalmente um terceiro para amarrar um bebê. Todos da mesma cor. E ela chegou muito rasgada. E ela disse: “Eu não tenho nenhum motivo para viver, mas me disseram que aqui tinha uma branca que ajudava as pessoas”. Eu falei: “Bom, vamos ver, né? De que ajuda você precisa?”. Ela morava com seis filhos e o marido. Quando um dos filhos estava saindo do le marché (pequenas feiras no meio da rua), alguém gritou: “Corre, porque acabaram de matar teu marido na estrada”. E ela disse: “Como assim, mataram meu marido?”. E disseram: “Os LRA encontraram teu marido na estrada e mataram. Corre do povoado porque eles vão matar todo mundo”. Ela falou: “Mas eu tenho seis filhos dentro de casa...” E aí ela voltou para a sua comunidade, com seu bebezinho amarrado na cintura, e pegou os filhos. E saiu correndo para o meio da floresta, que é mata fechada. Só que no meio do caminho ela percebeu que estava com cinco crianças. Faltava a de dois aninhos. Ela deixou os filhos na floresta e correu de volta para casa com seu bebê amarradinho. E viu a pequenininha dentro de casa, queimando, junto com todas as coisas. Desesperada ela correu para buscar os outros que estavam no meio da floresta e caminhou durante muitos dias dentro da mata fechada com as cinco crianças, sabendo que o marido já tinha morrido, para conseguir ajuda. E aí conseguiu chegar a outro povoado, que era onde morava a mãe dela. E, alguns dias depois, o LRA alcançou essa comunidade e ela sofreu um estupro coletivo. Dezenas de homens a estupraram. E depois mataram dois dos filhos dela. Mamãe Marie seguiu fugindo, mas a cada ataque foi diminuindo o número de filhos dela. Quando ela chegou a Niangara ela tinha apenas um bebê, que era o que estava amarrado na cintura. E ela disse: “Eu não tenho nenhuma razão para viver”.


quarta-feira, 4 de maio de 2011

Soldados

Do blog Bem Legaus!

Coleção de bonecos de plástico, que seriam clássicos não fosse o apelo realista às sequelas dos soldados nas guerras do Afeganistão e Iraque.

Assim começou a Gestalt-Terapia: a partir das pesquisas de Kurt Goldstein com soldados lesionados, que inspiraram Fritz Perls e Paul Goodman.



Vejam o site com mais fotos.

Um abraço!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Terapia

Caríssimos, segue abaixo um pequeno artigo que escrevi para o Jornal Em Cont@to, sobre psicoterapia, publicado em julho do ano passado.




Por que o psicólogo não dá respostas às nossas perguntas?

Quem já fez terapia sabe: o psicólogo raramente responde às nossas perguntas, ou tira as nossas dúvidas, ou dá sua opinião sobre o que devemos fazer...
O que acontece é que procuramos a terapia quando vivemos situações difíceis para nós. Sejam momentos de muita dor ou de uma grande perda; ou momentos em que temos que tomar decisões importantes; momentos em que nada parece fazer sentido; ou aquelas situações em que simplesmente queremos mudar e não conseguimos! Nesses momentos, esperamos que algo ou alguém organize um pouco a nossa vida. Recorremos a um familiar, a um amigo, a um medicamento, a um conselheiro; enfim, a alguém que nos dê apoio naquilo que não estamos dando conta de fazer.
E qual a diferença entre o amigo, o conselheiro, o medicamento psiquiátrico... e o psicoterapeuta? A diferença está na forma de dar apoio. Podemos considerar que uma pessoa em crise está, por algum motivo, se sentindo incapaz de fazer certas escolhas, ou de agir como gostaria. Está se sentindo mal, com dificuldades em gerenciar as demandas que seu meio social impõe. Ou seja, precisa de ajuda!
Para pensar nas diferentes formas de apoio, vamos fazer uma analogia com um jogo de quebra-cabeças: as peças estão todas espalhadas na sua frente, bagunçadas, e existem poucas indicações, poucas “pistas” de como organizá-las. Se você não consegue montar as peças do “quebra-cabeças da vida” e construir uma imagem clara e satisfatória, você pede ajuda. E a ajuda pode vir de três formas:
·         A primeira possibilidade é alguém sentar ao seu lado e começar a montar as peças para você. É isso que normalmente fazem os nossos amigos e parentes, ou aquelas pessoas próximas que tentam entender e resolver os problemas. Que aconselham, dão dicas e orientações. São aqueles momentos em que alguém diz “o que é melhor para você”.
·       Outra possibilidade é não se preocupar mais com a bagunça do quebra-cabeças. Em situações ruins, como a morte de um ente querido, é comum que alguém proponha que você não pense mais no assunto, tente “se distrair” com alguma outra coisa... Ou então, quando você está sofrendo, faz uso de um antidepressivo, ou um ansiolítico (calmante), ou alguma outra medicação que altera o modo como você encara o que está acontecendo. O quebra-cabeças continua desmontado, mas você “deixa pra lá”.
·       A terceira possibilidade é que, diante do quebra-cabeças, alguém acompanhe você para que possa desenvolver a sua própria capacidade de encaixar as peças e construir a imagem completa. O apoio, nesse caso, não é alguém encontrar a solução por você, ou que se diminua a ansiedade da situação; mas é fortalecê-lo para lidar com a situação que o aflige.
Na maioria das situações, esta terceira forma de apoio é a mais indicada. Afinal, é muito importante que cada pessoa desenvolva sua autonomia e não se torne dependente de algo ou alguém que resolva todos os seus problemas, sempre. O trabalho do psicólogo, na terapia, é revitalizar a força de cada um para gerenciar sua própria vida. E, por isso, não adianta o psicólogo dar respostas, apontar caminhos, resolver os problemas: quem faz isso é você!
Se o psicólogo não dá respostas àquele que o procura, é porque ele percebe que esta pessoa tem capacidade (às vezes esquecida, reprimida) de encarar o desafio que se apresenta. A terapia é, justamente, um modo eficaz de retomar essa capacidade. É uma possibilidade de a pessoa fazer algo por ela mesma!
Quando não for esse o caso – ou seja, quando a pessoa precisar de um outro tipo de suporte – o bom psicólogo saberá o que fazer.
Parece simples, mas, em um tempo em que é tão difícil administrar as necessidades pessoais e os interesses do mundo, é preciso um profissional competente para ajudar a “montar o quebra-cabeças”.

Diogo de Oliveira Boccardi
Psicoterapeuta
Instituto Müller-Granzotto
Fone:48 9915-6611