"O teatro é isso: a arte de nos vermos a nós mesmos, a arte de nos vermos vendo!"
(Augusto Boal)

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

BBB: Cenas da educação das gentes

Este chamado "Big Brother", manifestação televisiva e parcial do Grande Outro ao qual nos alienamos, é curioso em diversos aspectos. Seu poder é inegável: misto de panóptico e panacéia, nos afeta como os espetáculos teatrais catárticos na Grécia Antiga. Mas sem o lirismo dos poetas. Absortos em frente à televisão, nos purificamos do extenuante dia de trabalho vivendo o horror e a piedade para com os trágicos participantes, num movimento nunca acabado, nunca total, de identificação.
(Como analisar gestalticamente, nos termos da teoria do self, esta experiência?)

O BBB cumpre, tal qual a tragédia grega, uma função importantíssima: ensinar a viver na Pólis.
Mas como a Pólis mudou...

Eu poderia explicar a tese, mas a Elaine Tavares faz melhor que eu. Leia o post no seu preciso blog, Palavras InSurGentes:


Grande abraço aos pequenos irmãos de caminhada.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Congresso Catarinense Psicologia: Ciência e Profissão

Caríssimos,

Em maio, o Fórum de Entidades da Psicologia Catarinense - uma assembléia de instituições formadoras e de classe - realizará o I Congresso Catarinense Psicologia: Ciência e Profissão.
As inscrições estão com um preço acessível, e o evento promete ser riquíssimo aos estudantes e profissionais. Eu, particularmente, estou um pouco desacreditado desses congressos meramente acadêmicos. Se vou a um evento como este, quero aprender!
E essa parece ser uma ótima oportunidade!

Mais informações e inscrições, no site de Congresso.

Até lá!!



O FEPSIC e o Departamento de Psicologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com apoio do Conselho Regional de Psicologia de Santa Catarina – 12ª Região (CRP-12), convidam você a participar do I Congresso Catarinense Psicologia: Ciência e Profissão, com o tema: desafios e possibilidades, a realizar-se de 19 a 21 de maio de 2011, no Centro de Cultura e Eventos da UFSC, em Florianópolis.










segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Atenção Básica e a cena da Saúde no Brasil

Caríssimos,
Compartilho o texto abaixo, recebido por e-mail da Rede de Pesquisa em Atenção Primária à Saúde.

Um abraço!



O Brasil que só o Inglês viu

Qual a diferença na área da saúde entre os Estados Unidos e o Canadá? O modelo adotado. Os americanos investem em hospitais e equipamentos de ponta para tratar doenças, os canadenses optaram por promover a saúde e evitar enfermidades e formar médicos de família. Qual país os EUA querem copiar para sair da crise na saúde? O Brasil.

Se você nunca ouviu falar em Alma-Ata, provavelmente não saiba do que estamos falando. Foi a assembléia da OMS de 1978, que apontou princípios éticos para os países: saúde é direito; os governos são responsáveis pela saúde dos seus cidadãos; as desigualdades são inaceitáveis e deve haver uma reorientação das práticas de saúde com a participação da população nas decisões no campo da saúde. Em 30 anos, a OMS reafirma aos países, em seu mais recente relatório, qual reorientação de modelo de atenção: Atenção Primária à Saúde: Agora mais Necessária que Nunca! E pela primeira vez cita o Brasil nesse esforço. Nosso país vive uma revolução silenciosa,abafada principalmente por quem lucra com doença: planos de “saúde”, indústria de equipamentos e de medicamentos, grupos de interesse mais organizados na arena política e com muito dinheiro, poder e influência.

O British Medical Journal, do dia 29 de novembro último, publicou duas longas reportagens sobre a saúde brasileira, com elogios que fariam qualquer ministro da saúde do mundo convocar coletiva para comentar o caso. Aqui, apesar das tentativas do Ministro Temporão, não se publicou uma linha. Jornais, televisões e rádios não podem falar sobre um assunto que atrapalha seus anunciantes e essa luta, que envolve milhares de brasileiros, continua gritando no vácuo. Entoar o mantra de que a saúde pública é cara e que a iniciativa privada tem que tomar conta vem convencendo principalmente a classe média que gasta milhões em planos de saúde, com resultados catastróficos quando se avalia o resultado na saúde das pessoas: esperança de vid a ao nascer, anos de vida ganhos, prevenção de complicações das condições crônicas como infarto e acidente vascular cerebral ou diagnóstico precoce e tratamento adequado de câncer.

A renúncia fiscal dos planos de saúde representa metade do valor do financiamento federal da Saúde da Família que foi de 10 bilhões em 2010. A Saúde da Família, forma brasileira de ofertar atenção primária à saúde, é responsável pela atenção á saúde de mais de 95 milhões de brasileiros, enquanto os planos privados atingem 25% dos brasileiros, 40 milhões de cidadãos. Essas pessoas não desoneram o Sistema Único de Saúde, pois o acesso á tecnologias de alto custo como transplantes, hemodiálise e medicamentos excepcionais são ofertas praticamente exclusivas do SUS. Voltando á comparação entre USA e Canadá, visto que grande parte dos pla nos privados no Brasil é empresarial. O sistema público canadense também estimula os negócios no país: o custo com saúde é de 1.5% da folha de pagamento dos fabricantes canadenses contra 9% nos EUA.

A segunda reportagem do jornal inglês alerta: o sucesso econômico e o crescimento da classe média brasileira (que não acredita no SUS), fez diminuir o financiamento da saúde pública e a experiência “que outros países com orçamento maior podem aprender ” corre o risco de naufragar. Outro equívoco estimulado por quem lucra com doença é de que o Programa Saúde da Família é para pobres. Na verdade é o modelo adotado pela Holanda, Dinamarca, Espanha, Inglaterra e todos os que ocupam as primeiras posições no ranking do Índice de Desenvolvimento Humano. A ideia é simples e eficaz, não descubra o diabético em uma emergência, conheça e eduque quem tem tendência a diabete para evit ar que ele venha a fazer hemodiálise ou amputação.

O trabalho da Atenção Primária à Saúde exige a educação e o envolvimento de toda sociedade, que ignora o assunto e trabalha pelo sonho de contratar planos privados de saúde. Hoje o Brasil investe mais dinheiro em saúde privada do que em saúde pública e para que tenhamos um Sistema Único de Saúde forte, é necessário cidadãos satisfeitos com os serviços que recebem e que defendam o modelo público, aprovando o financiamento necessário para sua manutenção.

O lobby contrário ao crescimento da Atenção Primária à Saúde é tão forte que essa discussão foi ignorada pelo marketing político nas últimas eleições. Além da questão ideológica da Saúde como direito e de como o SUS se organiza para ofertar os serviços, temos que tornar de interesse nacional a discussão de como se dá essa oferta dos serviços de saúde. A sociedade brasileira deve participar da política de saúde se posicionando frente aos interesses econômicos de quem “vende” doenças, ou seus tratamentos. Laboratórios e hospitais lucram menos se há menos doentes.

As reduções nas taxas de mortalidade infantil, de internações hospitalares por infarto, hipertensão e diabetes são frutos de uma cobertura superior a 51% da população pelas equipes de Saúde da Família e seu exército superior a 243 mil agentes de saúde. O acesso à saúde é um direito de todos e o nosso dever é ser participante da nossa comunidade, efetivando o princípio de descentralização do SUS e rompendo com o paradoxo ético do SUS: quem o defende não o utiliza. Todo brasileiro(a) com uma equipe de Saúde da Família que o cuide é defender um Ministério da Saúde e não o “da doença” e participar de um Brasil que só o inglês viu.

Claunara Schilling Mendonça – Diretora do Departamento de Atenção Básica do MS

Tiago Santos de Souza - Jornalista SAS/MS

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Abertas inscrições para o Festival de Teatro Isnard Azevedo 2011

A Fundação Cultural de Florianópolis Franklin Cascaes abriu inscrições para a seleção de espetáculos para o 18º Festival de Teatro Isnard Azevedo (que na gestão Berger vem se chamando Floripa Teatro), em várias categorias.
Mais informações, e o Edital e a Ficha de Inscrição, podem ser obtidos no site da Fundação.

Grande abraço!

Quando o tempo é mal a tempestade fica de fora

Dentro da baleia a vida é tão mais fácil...



"Mestre Jonas", música de Zé Rodrix.
Para aqueles que, com tanta água, preferiam morar na baleia.