"O teatro é isso: a arte de nos vermos a nós mesmos, a arte de nos vermos vendo!"
(Augusto Boal)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Timidez e criatividade

M. C. Escher
"A timidez em ser criativo tem duas fontes: a dor do próprio excitamento crescente (...), e o medo de rejeitar ou ser rejeitado, de destruir, produzir mudanças; esses dois agravam-se mutuamente e no fundo são a mesma coisa. Ao contrário, uma impressão de 'segurança' é proporcionada pelo apego ao status quo, aos ajustamentos que obtivemos no passado. O novo excitamento ameaça abalar essa segurança, desmantelando-a.
"O que temos de entender é que não existe algo como uma segurança verdadeira, porque nesse caso o self seria uma fixidez. (...) Uma impressão de segurança é um sinal de fraqueza. (...)
"Mas onde o self tem força da qual se alimentar é onde justamente não há nenhuma sensação de segurança. Há talvez uma sensação de prontidão; a aceitação do excitamento, um certo otimismo bobo sobre a possibilidade de mudança da realidade, e uma lembrança habitual de que o organismo se regula a si mesmo e no fim não se desgasta ou explode. (Essa prontidão talvez seja o que os teólogos chamam de fé.) A resposta à pergunta 'Você pode fazê-lo?' só pode ser 'É interessante'. Um sentimento de adequação e força se desenvolve à medida que o problema específico é enfrentado, gera sua própria estrutura, encontram-se nele novas possibilidades e as coisas se ajustam de maneira surpreendente."
Goodman, Hefferline e Perls. Gestalt-Terapia. São Paulo: Summus, 1951/1997, p. 218-219.

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