Fez-se enfim ao mar

As raízes das árvores já estão penetrando no cavername, não tarda que estas velas içadas deixem de ser precisas, bastará que o vento sopre nas copas e vá encaminhando a caravela ao seu destino. É uma floresta que navega e se balanceia sobre as ondas, uma floresta onde, sem saber-se como, começaram a cantar pássaros, deviam estar escondidos por aí e de repente decidiram sair à luz, talvez porque a seara já esteja madura e é preciso ceifá-la. Então o homem trancou a roda do leme e desceu ao campo com a foice na mão, e foi quando tinha cortado as primeiras espigas que viu uma sombra ao lado da sua sombra. Acordou abraçado à mulher da limpeza, e ela a ele, confundidos os corpos, confundidos os beliches, que não se sabe se este é o de bombordo ou o de estibordo. Depois, mal o sol acabou de nascer, o homem e a mulher foram pintar na proa do barco, de um lado e do outro, em letras brancas, o nome que ainda faltava dar à caravela. Pela hora do meio-dia, com a maré, A Ilha Desconhecida fez-se enfim ao mar, à procura de si mesma.

















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A criança e a família pelo olhar da Gestalt-Terapia

Caríssimos,
A atividade "Pequena Miss Sunshine: a criança e a família pelo olhar da Gestalt-Terapia", que faz parte do projeto Gestalt em Ato, foi transferida para o dia 14 de julho, em função do calendário da Copa...

Não percam!!!
Mais informações no blog oficial do projeto.

Festival Internacional de Teatro de Animação

Começa neste domingo o 4° FITA Floripa - Festival Internacional de Teatro de Animação. Serão várias apresentações, com qualidade técnica muito elevada! E com preços acessíveis!!

Vale a pena conferir.

Dica: compre os ingressos antecipadamente, para garantir lugar. Costuma ser concorrido...

A programação completa está no site do festival: http://www.fitafloripa.com.br/.

Ali se Vê

O Núcleo Cênico do Colégio Catarinense – NUCCA – está finalizando a preparação de uma intervenção cênica, chamada “Sinto o que Alice vê”, inspirada na obra Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e também na recente adaptação para o cinema, realizada por Tim Burton. A intervenção foi construída pelos alunos que participam do grupo, dirigidos pelos professores Diogo Boccardi e Edélcio Phillipi. Esta intervenção teatral, no entanto, tem uma característica muito especial: é destinada a pessoas cegas!

Como fazer teatro para pessoas com deficiência visual? Como explorar todos os sentidos para proporcionar uma vivência da arte àqueles que não enxergam? Que aprendizagens são necessárias para nos relacionarmos com cada público?

As apresentações serão fechadas, em parceria com a ACIC (Associação Catarinense para a Integração do Cego). O espetáculo também será apresentado para o segmento das Séries Iniciais do Colégio, e para os alunos do curso de Teatro da UDESC, que querem conhecer a proposta. A previsão de estréia é a primeira semana de julho, e as pessoas que enxergam usarão vendas durante a apresentação.

Para os alunos, que passaram por um processo de vivência do universo dos cegos, esta é uma possibilidade de compreender que inclusão e cidadania é dividir os mesmos espaços, com os mesmos direitos de acesso à cultura.

E esse é o desejo do NUCCA!

Aos poucos vou compartilhando informações e comentários sobre esta experiência.

Grande abraço a todos!

Psicologia para não-psicólogos

Caríssimos,
O Instituto Müller-Granzotto está com uma nova iniciativa: um "jornal" virtual comentando assuntos relacionados à psicologia, numa linguagem simples (ainda que mencione termos e conceitos próprios à Gestalt-Terapia.
A intenção é popularizar e difundir a abordagem, e também abrir o diálogo com as pessoas que vivem o dia-a-dia da nossa clínicia - que às vezes pode parecer um tanto hermética ou misteriosa...

Para acompanhar, acessem Em Cont@ato: jornalemcontato.blogspot.com!

Tempo

GT CATARINA 2010

Caríssimos,
Aprveito para informar e convidá-los a participar do III GT Catarina - Encontro de Gestalt-Terapia.
O encontro, organizado pelo Instituto Müller-Granzotto de Psicologia, é o maior evento da Gestalt-Terapia do sul do Brasil, e conta com excelentes palestras, mesas redondas e oficinas, sobre temas emergentes no campo da psicologia.

É sempre um evento muito rico, para os gestalt-terapeutas mais experientes (sempre vem gente de vários estados), mas também para aqueles que querem conhecer a abordagem e, principalmente, querem conhecer a forma como a GT trabalha.

Mais informações, cliquem na imagem abaixo:


Até lá!

Situações inacabadas, horizontes de futuro

Do precioso Caderno de Saramago, postado hoje:

HUMANIDADE
Têm razão os cépticos quando afirmam que a história da humanidade é uma interminável sucessão de ocasiões perdidas. Felizmente, graças à inesgotável generosidade da imaginação, cá vamos suprindo as faltas, preenchendo as lacunas o melhor que se pode, rompendo passagens em becos sem saída e que sem saída irão continuar, inventando chaves para abrir portas órfãs de fechadura ou que nunca tiveram.

Gestáltico, não é?!

Sugestão de leituras para o Outono!

"Aulas de Anatol Rosenfeld: A Arte do Teatro"

Autor: Anatol Rosenfeld

Publicado em 2009, a partir da transcrição de aulas ministradas em 1968.

Editora: Publifolha

Com uma erudição impressionante, Anatol Rosenfeld passeia pela história e pelos elementos que compõem a arte teatral. Com a liberdade de quem dá aulas, e não como quem tenta provar uma tese, o autor discute conceitos fundamentais de diferentes estéticas teatrais. É um excelente livro para quem quer conhecer a forma de pensar o teatro ao longo dos séculos, sem necessariamente mergulhar em livros técnicos, mais "brutos" e menos fluidos. Ainda assim, é uma obra para ser estudada! Com prazer, é claro!

"La Voz del Sintoma: del discurso medico al discurso organismico"

Autora: Adriana "Nana" Schnake

Publicado em 2001 - em castellano, sem tradução para o português

Editora: Cuatro Vientos

Renomada formadora internacional de gestalt-terapeutas, a psiquiatra Nana Schnake faz um trabalho lindíssimo com a corporalidade daqueles que apresentam enfermidades. A lógica é simples, mas muito interessante: estar doente (com câncer, por exemplo) é sentir-se alheio ao próprio corpo, é como se aquele pedaço de carne, que sou eu, fosse estranho a mim. Como operar terapeuticamente com essa realidade? Ora, para a autora, importa assumir essa alienação! Torná-la presente e manifesta no contexto da sessão. Um dos exemplos de seu trabalho é a utilização do experimento da cadeira vazia (o clássico gestáltico reinventado), em que o sujeito ocupa uma cadeira e, em frente a esta, outra cadeira serve de assento para o órgão doente. Uma mulher pode, então, travar um diálogo com seu útero canceroso, e dar voz a ele.

O livro é repleto de histórias que a autora compartilha conosco (com a generosidade e simplicidade típicas dos bons gestalt-terapeutas), e também de reflexões literárias (viva Dostoiévski!), além de conceituais. Livro para a sensibilidade, mas também para o repertório, dos terapeutas!